terça-feira, 21 de junho de 2011

SERGIO CABRAL, EMPRESÁRIOS E UMA TRAGÉDIA


O acidente com o helicóptero pilotado pelo empresário Marcelo de Almeida, no sul da Bahia, na sexta-feira (17), evidenciou as relações delicadas entre o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e empresários. Na aeronave, estavam, além de Almeida, Jordana Kfuri Cavendish e o filho Luca, Fernanda Kfuri e o filho Gabriel, a babá Norma Assunção e Mariana Noleto, namorada de Marco Antonio Cabral, filho do governador. 

O governador Sergio Cabral sempre envolto em relações perigosas...
Cabral e Marco Antonio estavam com o grupo, que viajou do Rio para a Bahia em um jato do empresário Eike Batista, para comemorar o aniversário de Fernando Cavendish (marido de Jordana), dono da Delta Construções. Cabral e o filho embarcariam na próxima viagem do helicóptero entre o aeroporto de Porto Seguro e o Jacumã Ocean Resort. Segundo O Globo, a Delta, nascida em Recife, ganhou impulso no Rio ainda no governo Anthony Garotinho e ocupa hoje posição de destaque no orçamento do Estado, com a execução de grandes obras.

Os laços do empresário [Fernando Cavendish]e da Delta com o Estado foram se estreitando nos últimos anos. Se é o “príncipe do PAC” por conta do expressivo número de obras do programa federal que estão na carteira de sua empresa, Cavendish é o rei do Rio, se for considerada a generosa fatia do bolo de recursos do estado que recebeu nos últimos anos ou está prestes a abocanhar, por obras como a reforma do Maracanã ou do Arco Rodoviário, ambas estimadas em R$ 1 bilhão cada. Em 2007, no primeiro ano do governo Cabral, a Delta teve empenhos (recursos reservados para pagamento) no valor total de R$ 67,2 milhões.

No ano passado, o número deu um salto de 655%, para R$ 506 milhões. A oposição na Assembleia Legislativa vai cobrar explicações de Cabral sobre esse relacionamento tão próximo com os empresários. “Não fica bem ele aparecer em festinhas de empreiteiros”, disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL), ao Globo. Porém, como bem disse o próprio Freixo, é necessário deixar passar o momento doloroso para essas cobranças. A tragédia pessoal deve ser respeitada, assim como o dever público e a transparência nos negócios do Estado. O governador está de licença do cargo, por motivos particulares.

Liuca Yonaha (ÉPOCA)

Nenhum comentário:

Postar um comentário